Poemas : 

Meu berro calado não fica - Lizaldo Vieira

 
Meu berro calado não fica- Lizaldo Vieira
Mesmo proibido
Abro o bico
Solto o grito
Boca no trombone
Bem alto
Aos quatro cantos
Quem quizer
Que reclame
Mundo a fora
Recusando-nos a seguir
Ditames maus
Meu lar tá por ser construído
Em terra firme
E será sempre aonde vou
Com quem estiver
De paz com a vida
Mesmo sozinho
Seguirei avante
Se tenho planos
Sonhos
Pra seguir tocando
Meu realejo
Mesmo com as vacas
Dormindo no presépio
Veremos fotografias de lampião
E Maria bonita
Comendo e dando pipoca
Aos macacos guigós
Porque toda grandeza da floresta
Vale apena
Se a ambição
Não for tão grandiosa
Aí cantarei com o passarinho
Sugarei o néctar da flor
Feito beija flor
Até o crepúsculo chegar
Sei que a viver
Só é valida
Para quem tem tara de viver
Escutando canções de Mozer
Enquanto e reggae não seja ouvido
Mais sentido
Se um dia vai ser da caça
O que quer o caçador
Espreitando a mata
Tá bem escrito
Um dia a casa cai
Se a chuva torrencial
Não passa
Mesmo que chova canivete
Sei que a voz
De um lindo dia
Não falhará
Indicando caminhos
Construir novas jornadas
Mesmo que venham
Em carruagem de fogo
Com o vento varrendo
Contra ou a favor
Acenderei lamparinas
Ao meu senhor
Contra qualquer
Tentativa de trevas
No balanço da maré
E do mar
Buscarei sempre
O beijo da areia morna
E mi banhar nas espumas perfumadas
De iemanjá
Sinto o mundo melhor
Se me atiro na luta
Na busca do meu sol
Pois sei que o brilho
Vala a pena
Nem preciso de ambição
Pra esconder frustrações
Na colheita de rosas com espinhos
Se o tamanho da aquela
Não for pequeno
Serei atento
Enquanto a cor da pela
Motivar discriminações
Nem preciso sobreviver
Aos fecundos
Olhares de indiferença
Acredito
Na vã filosofia
Do cada dia
Com sua agonia
Mesmo que seja
O jardim do éden
Peixe sabido não come a isca
Nem o pecado
Da maça
Será que mais
Ninguém falará
Da necessidade da queda dos muros
Quer moram ao lado da intolerância
Da violência contra a infância
Da perturbação sobre a ordem publica
Da fome de sabedoria
E cultura determinada
A cuspir
Na estrutura
Enfim
Buscarei coisas
Mais suaves
Colher mangaba de caída
Boa de comer
Semearei sempre na várzea
Sadias sementes
Por bons frutos
Catarei figos
Tocarei arpa com Davi
Armarei tenda em lugar
Longo do olho gordo
Em meus tesouros
Ainda que o brilho da vida
Pra alguns
Seja mera ilusão


Q U E S E D A N E C U S T O d e V I D A - Lizaldo Vieira
Meu deus
Tá danado
É todo santo dia
O mesmo recado
La vem o noticiário
Com a
estória das bolsas
Do que sobe e desce no mercado
De Tóquio
Nasdaq
São paulo
É dólar que aume...

 
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Lizaaldo
 
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