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Estética, arte e moral

 
Tags:  arte    consciência    juízo    experiência  
 
Não me parece que haja moral "fora" da consciência axiológica do homem, do mesmo modo que não concebo que haja estética se não houver experiência estética. A relação entre percepção estética e experiência estética é algo "circular" se pensarmos que o juízo estético, por ténue que seja, é constitutivo de uma e de outra, tal como a experiência moral envolve um juízo moral. E não será por isso que a "aprendizagem", a "educação", a visão do mundo e da vida, parecem estar sempre implicados no processo de reconhecimento e avaliação do estético?
No domínio dos valores, como será o da estética nas obras de arte, e da moral, o formalismo terá a ver principalmente com o reconhecimento de que "umas coisas" são mais "valorizadas" e "apreciadas" do que "outras". Grande parte das obras de arte não passam de formalismo porque aproveitam e laboram excessivamente aquilo que é suposto provocar reacções estéticas, como se houvesse "coisas" estéticas por definição. Em determinado momento, o juízo estético também é um juízo (mais ou menos consciente) de mérito artístico acerca do autor.
Diria que, se de tudo, até do que pensamos, temos ou podemos ter experiência estética, então, toda a experiência é, ou pode ser, estética (do feio, do bonito, belo, horrível, agradável, desagradável, assustador, apaziguante, animador...). Nesta ordem de ideias, a(s) arte(s), também nos proporciona(m) (e não podia(m) deixar de proporcionar) experiências estéticas. A diferença é que, proporcionar experiências estéticas não só é objectivo essencial das artes, como, ainda, estas o fazem intencional e deliberadamente.







 
Autor
Carlos Ricardo
 
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