Sonetos : 

monsaraz ao longe

 
Verão, entardecer! A Luz, que pena,
nestes campos, é já morta!
Nada mais neste cenário me conforta,
desce a noite párda mais amena ...

Ao longe, monsaraz estranha
que envolvida está em denso breu,
meu Coração triste chora por não ver o seu
e só é tranquilo neste poema que o entranha!

E fixo esta paisagem perdida,
em minh'Alma arreigada de memória errante,
testemunha que foi da minha Vida:

Olho, fixo e adormeço-a em mim,
pois seus olhos doces rasos d'água são os mesmos que dantes
me olhavam Kármicos sem fim!


Ricardo Louro
Outeiro/monsaraz


Encontrar memórias de uma infancia dolorosa, guardadas num Tempo distante, e olha-las com distancia, frieza ou até indiferença na certeza de que foram importantes para que hoje possa ser quem sou, é a grande conquista que guardo como mensagem neste soneto...


Ricardo Maria Louro

 
Autor
Ricky
Autor
 
Texto
Data
Leituras
744
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
2 pontos
2
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 05/08/2012 19:01  Atualizado: 05/08/2012 19:01
 Re: monsaraz ao longe
Uma mensagem triste mas bela poeta envolta num manto saudosista...há momentos assim na vida das pessoas em determinados dias da vida que teimam em "massacrar o tino".
parabéns por mais uma doce melodia.

Abraços
Luzia