Sonhava em seu navio atravessar o mar.
Sonhando desvendar os segredos das sereias.
Acreditava reunir todas as estrelas do firmamento,
e rete-las em seu pensamento.
O velho marujo só não contava com os contratempos,
com as mudanças do vento e o limite do tempo.
Quando o sol despediu-se no horizonte,
veio a noite e com ela seu silencioso questionador;
Quem veio ao mundo e não se entregou a uma paixão?
não se encantou com a força do amor,
não comemorou a realização de um sonho?
Ou mesmo riu da própria sorte,
ou chorou diante da morte?
Certamente este ser nasceu,
passou pela vida e não viveu.
Perdeu-se então no mar,
o velho marujo e seu eterno sonhar.
Sem ao menos notar que a solidão
lhe fazia companhia.