Prosas Poéticas : 

Em branco

 
Em branco
 

no retângulo branco estica-se minha linha reta,
rumando pra (um) espaço insípido; risco fugindo
de riscos; fiapo de abstrações monocrômicas.
não se ousa círculo a tocar outro ponto de si,
nem se fortacece pra receber perpendiculares
que formem vãos poéticos preenchendo um
ângulo qualquer. dos vértices de alguns
retos nascem bissetrizes fechadas pra agudos
e/ou abertas aos obtusos. não ambiciono
alcançar trezentos e sessenta graus;
abraçar o mundo, não me apetece, mas um
quadrilátero por menor que seja é preferível a
este segmento que nada alcança...



Aquela mania de escrever qualquer coisa que escorrega do pensamento.

Open in new window

 
Autor
MarySSantos
 
Texto
Data
Leituras
1326
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
4 pontos
4
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
Angela.Rolim
Publicado: 14/01/2013 18:21  Atualizado: 14/01/2013 18:21
Colaborador
Usuário desde: 11/11/2010
Localidade:
Mensagens: 1160
 Re: Borrão
Muito interessante! Uma divagação feita com uma linguagem geométrica, muito boa! Vou pensar mais nesta hipótese última que falaste! Um abraço!


Enviado por Tópico
Maria Verde
Publicado: 15/01/2013 19:35  Atualizado: 15/01/2013 19:35
Colaborador
Usuário desde: 20/01/2008
Localidade: SP
Mensagens: 3489
 Re: Borrão
Achei curioso o eu lírico contentar-se com o pouco. Ao mesmo tempo, claro, há uma critica nestas extremidades rotundas do angulo reto ( seguro mas limitado).
Muito bom!

MV