Poemas : 

Por Mar:

 


Aglutinemos nossas almas, talvez possamos dar um pouco de alegria à nossa infindável tristeza.


pergunto-me "de onde vem esse teu medo", arrancaste ao coração a "consciência”, mas nos "meus ouvidos" "ainda" te ouço falar a língua dos fortes. "disseram-me que tu hoje não sairias à rua". vou sem ti, atirar-me ao céu e "também aqui te encontro". "NÃO TE DEIXO CAIR!" grito-te. e então o "beijo", os "teus lábios de sol" "e é nesta azáfama" de encontrar-te que o coração se deixa morrer "eternamente teu". se partir hoje "deixo o rasto dos sapatos", talvez me sigas um dia. "estas ruas não sabem o meu nome", como encontrar-me seria difícil quando "o meu corpo abandonado" se esconde. E "vós!", "alcateia de lobos, matilha de cães", nunca ireis dizer-lhe onde estou, quando escondido nas "barbas de Monet" vos meter num quadro "de pinceladas vermelhas e verdes ao fundo". E é esta a "desilusão" de vos ter perto, pessoas. A ti, fiel, todo o amor, "meu coração duro cobarde por não te dizer", "elevo-te entre os dedos" e o "medo" e o "silêncio" são "esta dor que não passa". "Aos meus olhos" "o intragável apenas". "Apenas eu". Tenho um "caos em turbilhão", a "minha casa" fica onde "o sol no corpo" queima. Já "pari da janela" uma tentativa de "ascensão à lua" que a "língua dos pássaros" não compreende. e " à entrada do abismo", na "fé", os pássaros "mastigam elásticos". onde o "deus-fogo" fez "a parede" cresceu "o personagem imaginário" com uma "autenticidade contemporânea". apareceu "por detrás do cenário", com "a cor das palavras" tristes, onde o "deserto das ideias" se impregna e mata. onde "o idiota" cria as palavras, "sobre os amigos", sobre "o teu nome", sobre "veias podres", à "luz do pensamento" surge então " a crítica" "que arde" na "existência" como a "água da fonte" para "os poetas malditos". apeteceu-me então o "suicídio", "aceitar-te" na "simplicidade" das "coisas de ainda", "coisas de um outro saber", onde o "pássaro das tuas formas" procura "voar mais alto". apetece-me dizer-te "volta, volta! melhor será dizer para não ires". e na "imolação" desta vontade digo apenas "não te percas". é esta dor que "hajartad hamast" sabe de cor, esta dor, e "Orfeu canta tragédia" e "tão pesada é a sensibilidade". gostava de te falar na "mafalda" ou na "ana", minhas vontades que regressam no "negro" "aconchegado" dos "poetas", mas "o amanhã" pertence-te. não saberia que "monólogo" utilizar para dizê-las. talvez numa "conversa de bar", conseguisse dizer-te "as memórias de um amnésico" que tenho em mim, talvez porque às vezes me dá um "cepticismo das coisas pequenas" tas não diga e fique em silêncio. descobrirás a "ana" e a "mafalda" nas minhas "cartas a uma desconhecida", não quero "comentários" do que lá escrevi, fi-lo porque "O Amor é Cego". ainda hoje penso que "tu eras como as pedras" " e eu seria o musgo que te protegia das intempéries da vida". penso isto quando estou só e são tantos os dias de estar só, quando "o agitado corpo" tira "da terra a lua gélida" e tudo escurece. mas "nada sei nem quero" dessa "máscara de um olá ausente" que perturbou a nossa "cidade de água" como "uma nuvem branca no céu da maçã verde", qual "flauta de fauno". "o que inventei de ti", "estenia e amor", é como o "regresso a este sonho" onde estivemos, quando "OPorto" nos teve. "permanecer" dentro dele é polir uma "pedra de sentimentos", uma "apoteose da morte" no coração da "cidade de água". há dias em que não sei "como chegar a esta pedra", e os "nossos dedos" não se tocam uma única vez, no entanto sei que são teus os meus poemas e que estás em algum lugar, a "enaltecer o pensamento e absorver o dilúculo". O "meu poema! porque o mataste?" que era teu como o "teu casaco castanho", ou o segredo dito à "orelha esquerda de vincent", ou " a ânsia dos ideias". e "que casa agora". tudo o que lembro "do hoje" é teu, tudo o que lembro " da palavra e do abismo" é teu. edificarei "quatro elementos" "sobre o silêncio" ou "sobre sensibilidade e tempo". nunca soube "como enganar o sono", preocupam-me os "ruídos" deste "amor helicoidal". apetece-me dizer "cinco afirmações inúteis" para o sossego. como por exemplo: "não me fazes falta(pela estrada nua)". o meu corpo voa leve quando as penso. e nem a "insónia" "mantém o brilho" "de todas as coisas raras" que te ofereci. "coisas da memória sensível": "a fuga", "au revoir", o rapto", " a discussão". e neste momento "avançou mais uma perna" para dentro desta "impressão claustrofóbica": o "abraço". "dizem" por "te escrever bela" que as " coisas do coração" são um "engate". mas "em dias como este", surge o "poema-carne", profetizado na "sodomização da terra morta". a certeza que "deus morou na rua que tu mandaste cinzar" e "uma parte de mim morre". " porque não choras um pouco" se sabes que "tens um cão dentro", "tens um cão dentro de ti", "um cão que canta, voa e chora". "porque não choras um pouco" a "corrente da água vã do suspiro" de uma vez só. ainda que "noutra voz que não esta". porque aqui ainda existe "um homem", "um aperto de mãos", "uma cidade que flutua em ti". mas diz-me "numa outra voz", como quem dá "um beijo no céu", "na horda dos carrascos", como "montar o cavalo de tróia" ou "onde anda o cavalo de tróia". "no azul dos rabiscos", no "tecido" da "pedra que dos amantes sente", a certeza que "todo o desejo deve ser no mínimo sensato". por isso ainda quero e "a pólvora que restou" ainda aqui anda "em contemplatividade". "antes da noite" deixa-me só beijar-te "com os cães negros enormes que tenho dentro", onde "não há nome nem há boca" e "uma criança no encobre do robe" foge como "o bicho homem poético" "no espaço sobrevivente no interior das veias". mas "não há homem agora nem sequer noite" e tu voltas "como quem tem facas escondidas dentro da pele" quando "a boca no nu da satisfação" beija " a porcaria do mundo nesta passagem secular". e "tal como as cidades" "em plena faculdade mental" escrevo "a gaveta da pedra" para que me ouças. mas "o amor é uma taça de vinho quente" e estou "só", tenho por isso que "aguentar o arado". "o sol é um cavalo dançante na visão do rato" e agora quero "pedir o cigarro ao lume" e deixar andar "o tambor da máquina de lavar" com este "pássaro negro ferido da asa" dentro. é este o "momento" do "amargo de outras roupas vestidas no corpo" voar. pretendo segui-lo até à "última estrela da cassiopeia" porque "o coração é casa de todas as memórias" e eu tenho "uma casa no bolso", é preciso deixá-la voar. " não saberei a minha idade" e então "saio na barca para a aurora". "pela manhã hortelã dos olhos" e a certeza que "com beijos vai este homem chorando o teu amor".

 
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Caopoeta
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Enviado por Tópico
Jmattos
Publicado: 06/05/2013 14:18  Atualizado: 06/05/2013 14:18
Usuário desde: 03/09/2012
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Mensagens: 18124
 Re: Por Mar:
Parabéns! Texto complexo, mas gostei!
Destaco esse trecho:

descobrirás a "ana" e a "mafalda" nas minhas "cartas a uma desconhecida", não quero "comentários" do que lá escrevi, fi-lo porque "O Amor é Cego". ainda hoje penso que "tu eras como as pedras" " e eu seria o musgo que te protegia das intempéries da vida". penso isto quando estou só e são tantos os dias de estar só, quando "o agitado corpo" tira "da terra a lua gélida" e tudo escurece. mas "nada sei nem quero" dessa "máscara de um olá ausente" que perturbou a nossa "cidade de água" como "uma nuvem branca no céu da maçã verde", qual "flauta de fauno". "o que inventei de ti", "estenia e amor", é como o "regresso a este sonho" onde estivemos, quando "OPorto" nos teve. "permanecer" dentro dele é polir uma "pedra de sentimentos", uma "apoteose da morte" no coração da "cidade de água". há dias em que não sei "como chegar a esta pedra", e os "nossos dedos" não se tocam uma única vez, no entanto sei que são teus os meus poemas e que estás em algum lugar, a "enaltecer o pensamento e absorver o dilúculo".

Profundo! Adorei!
Beijos!
Janna


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 08/05/2013 22:32  Atualizado: 08/05/2013 22:32
 Re: Por Mar:
uma ode às aspas.

DM