Poemas : 

Inusitado

 
Inusitado

Inusitado será o improviso, a origem.
Um clarão de chama telemétrica viva.
Fios de teias bambas, seguras, firmes,
entrelaçam-se, para segurarem a vida.

Ela vem desgarrada destino de um fado
como lágrima improvisada em engulho
quase libertadora querendo penetrar
naquele musculo duro, um pedregulho.

A coragem fagulhenta exorbita, expulsa,
anima as forças travessas e crucíferas,
engole a crueza. Um novo coração pulsa.

Vai-se renovar e acabar tudo esquecendo,
as cicatrizes desolhadas saram e um dia
um poema surgirá, desse novo momento.

Vólena


 
Autor
Volena
Autor
 
Texto
Data
Leituras
1430
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
10 pontos
10
0
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 31/08/2013 10:43  Atualizado: 31/08/2013 10:43
 Re: Inusitado
belo soneto, para reflexão. abraço.


Enviado por Tópico
Jmattos
Publicado: 31/08/2013 22:47  Atualizado: 31/08/2013 22:47
Usuário desde: 03/09/2012
Localidade:
Mensagens: 18165
 Re: Inusitado
Poetisa Volena
Belissímo soneto de conteúdo inusitado! Adorei a leitura! Beijos!
Janna


Enviado por Tópico
velhopescador
Publicado: 02/09/2013 14:22  Atualizado: 02/09/2013 14:22
Colaborador
Usuário desde: 01/03/2013
Localidade: Marília-SP Brasil
Mensagens: 1092
 Re: Inusitado
Olá, Vólena.

A poetisa tira rimas, poemas, sonetos, inspiração, de todos os aspectos da vida.
Parabéns.

Abraço
><>


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 02/09/2013 14:30  Atualizado: 02/09/2013 14:30
 Re: Inusitado
Pergunto-me. como não elogiar algo
tão belo, só para não parecer
piégas, ou sem fazer com que os
outros pensem que só se quer
trocar elogios.
Perfeito!


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 03/09/2013 18:09  Atualizado: 03/09/2013 18:09
 Re: Inusitado
"Para fazer um verso, precisa-se ter visto muitas cidades, homens e coisas. Precisa-se ter experimentado os caminhos de países desconhecidos, despedidas longamente pressentidas, mistérios da infância não esclarecidos, mares e noites de viagens. Não basta mesmo ter recordações: precisa-se saber esquecê-las, precisa-se possuir a grande paciência de esperar até que elas voltem. Pois as próprias recordações não o são ainda. Antes, as recordações devem entrar no nosso sangue, no nosso olhar, no nosso gesto; quando, então, as recordações se tornam anónimas e não se distinguem do nosso próprio ser, então pode acontecer que, numa hora rara, nasça a primeira palavra de um verso." (Rainer Maria Rilke)