Poemas : 

Elegia a Monsaraz

 
Elegia a Monsaraz
 
Ó minha terra!
Terra minha, tão perto
e tão distante ...
Navio imerso nos meus sonhos!
Berço onde desci
ao mar da vida sem ternura.
Deixa que te veja, hoje e sempre
entre noite escura.
Monsaraz,
senhora minha,
madre,
raiz!
Diz-me onde te feri!
Teu semblante me proteja!
Teu olhar, sombras e recantos,
me afague, sossegue, recolha ...
Não há planura sem horizonte
ou pátria sem Alma,
não há prados como os teus
cobertos por um véu ...
Monsaraz, aia dos meus dias,
senhora dos meus cedros,
madre do meu tecto,
raiz do meu loureiro.
Diz-me onde te perdi!
Ai, quanto me dói em ti meu coração!
Talvez por magoa ou saudade, angustia
ou solidão ... aquela solidão,
a nossa solidão!
Solidão imensa de quem é teu!
E eu sou-o sem demora.
Desperta Monsaraz, vila morta!
Que o tempo passa e com ele passo eu,
fecha-se-me a porta ...
Acorda! Desperta! Recorda!
Tu ficas, intima, infinita ... eu parto,
poeta, errante!
Ó minha terra-fria,
tão perto, tão distante ...

Ricardo Louro
em monsaraz


Ricardo Maria Louro

 
Autor
Ricky
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 13/09/2013 11:45  Atualizado: 13/09/2013 11:45
 Re: Elegia a Monsaraz
Que bonito grande poeta, os lugares da infância sempre nos acenam na saudade …

Fico só a faltar a música a acompanhar …

Obrigado foi um gosto maravilhoso ler o seu talento.

Um abraço.