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Amante do Espaço

 
No meio do nada
de repente se encontrava
análogo à ausência do fato
um hiato. . .

No tempo e no espaço
um vazio em meio a multidão
um medo sem igual
apodera-se de seu coração.

A percepção do corpo mortal
da alma imortal
da razão que naufraga na loucura
na surda respiração.

Conta até dez até cem até mil
procura pensar com calma
tentando escapar deste ardil
que lhe consome a alma.

Mas felizmente morre lentamente
entre o bem e o mal
na dúvida não vira a mesa
porque com certeza.

Um amante do espaço
neste micro pedaço
de chão do mundo não mais
poderá viver.

Alexandre Montalvan

 
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montalvan
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