Poemas -> Dedicatória : 

Maria da Graça

 
Nos longos madrigais
destes campos do Alentejo
andam moças aos Ais
de-desejo-em-desejo ...

Campos de trigo, campos de seiva,
plantados com suor por esta gente!
Que a Senhora da Orada lhos proteja,
hoje aqui e para sempre ...

E no Outeiro da saudade,
junto à Monsaraz do Coração,
há hortas, campos de piedade,
vinhedos, imersos em solidão!

E ouve-se ao longe, no Outeiro, uma canção!
É uma jovem com ternura e encanto
que canta e encanta a ilusão
ao ponto de calar até o pranto!

Agita-se-lhe o canto na garganta,
sai-lhe pela boca graciosa,
e toda a gente se espanta
ao ouvi-la cantar tão formosa...

Seus olhos quando chora,
sua boca quando ri,
são graciosas auroras,
pedras preciosas: esmeraldas e rubis.

E quando feliz ela passa
pela porta das gentes,
chamam-na: "- Maria da Graça!
Canta lá o que sentes ..."

Que Graça, que encanto, que ternura
levava a Maria no Coração,
qu'inda hoje, na memória, perdura,
a jovem Graça e a sua canção ...


Ricardo Louro
Chiado/Lisboa

À graça, à ternura e ao encanto, da sempre jovem, Maria da Graça, minha Mãe ...


Ricardo Maria Louro

 
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Ricky
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Enviado por Tópico
Maryjun
Publicado: 27/02/2014 20:04  Atualizado: 27/02/2014 20:04
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 Re: Maria da Graça
Que homenagem magistral...
Divina inspiração.Parabéns,

Mary Jun