Poemas : 

soneto das falsas palavras

 
“ Do triste manto, o alento recupera.
Revigorado então, corre ao cajado
E as ovelhas ao pascigo acelera.

De temor me senti, dessa arte, entrado
Do mestre merencóreo ante o semblante;
Mas logo ao mal foi bálsamo aplicado.

A Divina Comédia – Inferno – canto XXIV



Nem brilho opaco dos olhos, nem exangue pálida-face,
este amor ora não vai contar uma triste loa por certo;
como num dia de chuva, timidamente esperança nasce,
apenas por um centésimo segundo de angústia coberto.

Ah, onde a bendita esperança de alvíssaras era rotina,
deixe-me a ferida por elas almejarem ungirem inteira.
Deixe que ao bálsamo, que ao cuidado pensar se inclina,
a chegar até a alma sem ser visto, mirado por viseira.

Pensar que fariam um retrato, que tão doce se avista,
como da alma, gretas das janelas ao catre pouco dista,
sob música que soa doce, monótona, enlevando inteiro.

Uma vez ouvi, há muito tempo, rememoro num repente.
Mas, todas as palavras eram falsas, olho do mal ingente:
minha dor é mais forte do que um sentir-falta fagueiro! ..

 
Autor
shen.noshsaum
 
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