Não deixem que me tirem a liberdade de reinventar um novo coração, uma perene história de amor, de escrever sobre ardente paixão.
Ou a embriagante tensão do desejo, escrever um verso como se fosse um beijo, dado no canto da boca — na boca todinha, um beijo de língua, escancarado no verso, linha a linha.
Não deixem que me tirem o pranto, a tristeza que evoca minha alma, a dor da perda, do desencanto, dos amores perdidos de outrora.
Sei que vou morrer a morte dos esquecidos, sem ninguém... parentes ou amigos. Sou ave errante e sem ninho, e neste mundo indiferente e cruel, resta-me apenas memórias, um lápis e um pedaço de papel.