sou um louco alucinado 
um touro enraivado 
um pássaro enclausurado 
 
venha comigo 
vamos ao abismo 
pagar pra ver 
 
me conheça e tente  
entender 
 
quem sou 
de onde vim 
e o que fiz 
para merecer  
 
ser infeliz 
 
pare olhe a lua 
crescendo atrás das pedras 
vendo a maresia 
 
cale-se   
e ouça o canto e o conto 
da sereia na pedreira 
banhando-se no luar 
 
se vá  
que estarei logo atrás 
 
novamente entendendo  
e não compreendendo  
os encantos 
dos cantos cantados e  
dos contos contados  
por você 
 
é tarde eu sei 
mas mostre-me o muro 
que te tranca no escuro 
 
quebre as barreiras  
e fuja comigo 
 
diga-me apenas o que sente 
e não dê ouvidos   
ás sereias no alambrado 
rindo do eufemismo 
do meu eu e seu 
 
logo vou partir 
junto a lua que 
fez quem sou 
 
mas parta antes que ouça 
a triste verdade que contam 
enfurecidas pela merecida  
roda da simetria de entender 
a mim  
e a você 
 
conte-me a verdade  
e me faça sonhar 
 
se tiver medo do escuro 
eu te seguro 
e paro por você 
no farol apagado 
do ser enclausurado  
gritando ser tarde 
 
eu sei 
tente entender 
vá e volte 
mas não mais volte 
jamais
thess