Sonetos : 

Morte do Poeta

 
Sou cansaço de um destino que me vive
amargura de um lamento em vão perdido
sonho de um amor que nunca tive
loucura de um caminho sem sentido.

Quero morrer - aqui! - na Praça dos Poetas,
ao largo desta gente que não me vê,
eu, que fui um alvo de mil setas
não quero nada, só o que a morte me dê!

Quero a igreja como altar do meu velório,
quero as arcadas como Glória e adorno,
e a Praça como campa, feita de marmóreo...

As pedras da calçada como amparo,
e a fonte coroada, como unica presença,
testemunha que foi, no carpir da minha mágoa ...


Ricardo Maria Louro
Na Praça do Geraldo
Em Évora


Ricardo Maria Louro

 
Autor
Ricky
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