A noite é testemunha da dor que carrego no peito,
da vontade de ser feliz e não conseguir,
das tentativas frustradas de agradar os outros,
de querer vencer e sair sempre perdedor.
A noite observa em silêncio a solidão
que é presença activa nos meus dias.
Conta as lágrimas que fluem dos meus olhos,
frutos do terror de pressentir mais um amanhã,
igual a tantos outros.
Sinto-me um inútil, perdido, injustiçado,
sem esperança de um destino melhor.
No meu peito restam as cinzas
de uma chama que em tempos ardeu,
quando eu era feliz.
Pedro Domingues