(IN)FELIZ DOIS MIL

Muito obrigado, karinna*. Tuas palavras são um precioso encorajamento a continuar apresentando meus alfarrábios aqui.

Esse soneto, especificamente, é muito importante para mim, pois, tenta descrever o que vivi na primeira manhã após a virada do milênio, no ano Dois Mil, ou seja, há quinze anos atrás.

Eu tinha menos de uma ano de casado e tinha presenciado uma série de confusões e brigas nos dias que antecederam a festa de Ano Bom, de modo que aquela ressaca fora mesmo memorável.

Descrever a situação e meus sentimentos no soneto ajudou a entender que se o fim do mundo esperado para a data não acontecera, o fim das minhas esperanças para aquela relação havia sim chegado. O casamento durou ainda mais três anos e tive nele minha primeira filha, mas os problemas vistos com total clareza naquela manhã me acompanharam sempre doravante.


Eu sei que é muita infelicidade para um soneto, mas nem sempre a gente consegue escrever sobre coisas bonitas ou positivas. Para ser sincero, eu chego a ver alguma beleza e sobretudo, verdade, nessa tristeza toda.

É isso.

Abraços, RicardoC.