Poemas : 

desgarrada com Alma

 
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Não há futuro sem passado

escudo-me com a memória,
fraca,
registarei os tempos em verso...

resisto,
à ombreia sem cortina,
descortinado.

Por vezes fico,
outras fujo. Para o outro lado
sombreado...


Sou fiel ao ardor,
amo esta espécie de verão
que de longe me vem morrer às mãos
e juro que ao fazer da palavra
morada do silêncio
não há outra razão.

Eugénio de Andrade

Saibam que agradeço todos os comentários.
Por regra, não respondo.

 
Autor
Rogério Beça
 
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Enviado por Tópico
Semente
Publicado: 28/06/2017 12:29  Atualizado: 28/06/2017 12:29
Membro de honra
Usuário desde: 29/08/2009
Localidade: Ribeirão Preto SP Brasil
Mensagens: 8560
 Re: desgarrada com Alma / PARA ROGERIO BEÇA
Essa questão do tempo instiga. O passado e o futuro são o presente.
Ao escudar-se com a memória, mesmo a considerando fraca, parece haver aí um movimento, que determina um estado de existencialidade.

Gostei de ler essa poesia Rogério.

Beijo.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 28/06/2017 14:02  Atualizado: 28/06/2017 14:03
 Re: desgarrada com Alma RESPOSTA A ROGÉRIO
Não há futuro sem passado

esquecido que é sempre o presente
breve
qual caminho a descoberto

sou a sombra e deixo crer
que sou
que assim é

e Sorrir - infinitivo não assumido -

passando de mansinho
evitando as sombras
vestindo o véu da Alma

[Obrigada.

Um Sorriso.]

AM

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 07/07/2017 07:58  Atualizado: 07/07/2017 07:58
 Re: desgarrada com Alma
.
Não te aborrecem as citações? Há quem ache "jactância": para mim é só partilhar com os amigos aquilo de que gosto.
Acabei de ler um livro chamado "As primeiras coisas", de um Bruno Vieira Amaral (prémio José Saramago e tal...)
Há um excerto muito belo, de que me lembrei a ler o teu poema:

"Sei que este homem, meu guia, é apenas a sombra que os objetos varridos da face da terra pela explosão nuclear deixam nas paredes, a sombra negra que o fumo deixa no vidro dos candeeiros a petróleo, mancha que se apaga com o dedo."