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Apetece-me

 
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Apetece-me dançar sem os pés mexer.
Apetece-me dormir sem acordar.
Apetece-me fugir da vitória.

Os apetites sempre a crescer.

Apetece-me chorar para te não ver.
Apetece-me comer sem mastigar.
Apetece-me cobrir-te de glória.

Os apetites sempre a crescer.

Apetece-me morrer para te ver sofrer.
Apetece-me matar para vingar.
Apetece-me rescrever a História.

Os apetites sempre a crescer.

Apetece-me entrar no esgoto.
Apetece-me quedar cego e boto.
Apetece-me cortar a mão e lamber o coto.

Os apetites sempre a crescer.

Cansado por tantos apetites arroto em paz a minha loucura


A necessidade estará em escrever ou em ser lido?
Somos o que somos ou somos o queremos ser?
Será a contemplação inimiga da acção?
Estas e outras, muitas, dúvidas me levam a escrever na ânsia de me conhecer melhor e talvez conhecer outros.

 
Autor
Paulolx
Autor
 
Texto
Data
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1859
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