mantenha os círios
amarelos na janela
do quarto.
lembra-te das orações
que faço perto dos lírios
na moldura dos retratos.
onde estás?
faço interrogações
a toda hora e não
perco-me de ti.
abrem-se as portas.
não receio fantasmas.
confio nos teus olhos
e na segurança
dos abraços.
sabes de sonhos e delírios.
não suportas uma voz
desafinada no meio
da rua.
cala-te.
dormiremos mais cedo
para ouvirmos o som
das águas de outubro.
Poemas em ondas deslizam nas águas.