Poemas : 

Vago pelo cemitério

 
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Tanta coisa há que não torna,
Nem eu sei como tornar
Àquele mundo perdido
Que apenas posso sonhar.

A vida é já puro sonho,
A chuva arrasta a ilusão
Daquela que foi outrora
Minha adorada paixão.

Vago pelo cemitério
Onde mora a morta dita,
Onde o meu amanhecer
Já para sempre dormita.

Apenas fica já agora
Uma inefável canção
Com que bate entristecido
O ferido coração.
 
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Juanito
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Enviado por Tópico
Jmattos
Publicado: 20/03/2018 18:49  Atualizado: 20/03/2018 18:49
Usuário desde: 03/09/2012
Localidade:
Mensagens: 18165
 Re: Vago pelo cemitério
Juanito
Belo e sentido!
Abraços!
Janna


Enviado por Tópico
Carii
Publicado: 20/03/2018 20:53  Atualizado: 20/03/2018 20:53
Membro de honra
Usuário desde: 28/11/2017
Localidade:
Mensagens: 1962
 Re: Vago pelo cemitério
E como dói o adeus mudo à vida... tristemente belo querido amigo. Um abraço.


Enviado por Tópico
Jdcc1
Publicado: 20/03/2018 21:36  Atualizado: 20/03/2018 21:36
Membro de honra
Usuário desde: 17/10/2017
Localidade:
Mensagens: 750
 Re: Vago pelo cemitério
Belo poema, parabéns!

METADE

Que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio;
Que a morte de tudo em que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca;
Porque metade de mim é o que eu grito,
Mas a outra metade é silêncio...

Que a música que eu ouço ao longe
Seja linda, ainda que tristeza;
Que a mulher que eu amo seja pra sempre amada
Mesmo que distante;
Porque metade de mim é partida
Mas a outra metade é saudade...

Que as palavras que eu falo
Não sejam ouvidas como prece
E nem repetidas com fervor,
Apenas respeitadas como a única coisa que resta
A um homem inundado de sentimentos;
Porque metade de mim é o que ouço
Mas a outra metade é o que calo...

Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma e na paz que eu mereço;
E que essa tensão que me corrói por dentro
Seja um dia recompensada;
Porque metade de mim é o que penso
Mas a outra metade é um vulcão...

Que o medo da solidão se afaste
E que o convívio comigo mesmo
Se torne ao menos suportável;
Que o espelho reflita em meu rosto
Um doce sorriso que me lembro ter dado na infância;
Porque metade de mim é a lembrança do que fui,
A outra metade eu não sei...

Que não seja preciso mais do que uma simples alegria
para me fazer aquietar o espírito
E que o teu silêncio me fale cada vez mais;
Porque metade de mim é abrigo
Mas a outra metade é cansaço...

Que a arte nos aponte uma resposta
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar
Porque é preciso simplicidade para fazê-la florescer;
Porque metade de mim é platéia
E a outra metade é canção...

E que a minha loucura seja perdoada
Porque metade de mim é amor
E a outra metade... também.
(Oswaldo Montenegro)


Enviado por Tópico
nereida
Publicado: 21/03/2018 12:32  Atualizado: 21/03/2018 12:32
Membro de honra
Usuário desde: 27/08/2017
Localidade: São Paulo
Mensagens: 2285
 Re: Vago pelo cemitério
Bom dia amigo Juanito! Belo poema e triste também . Faz parte não e mesmo.
Abraço


Enviado por Tópico
MarySSantos
Publicado: 21/03/2018 12:54  Atualizado: 21/03/2018 12:54
Usuário desde: 06/06/2012
Localidade: Macapá/Amapá - Brasil
Mensagens: 5740
 Re: Vago pelo cemitério
por quantos cemitérios passeamos por conta da morte
dos sonhos.
mas tem um que
sobrevive; aquele
que vaga.

Gosto de poemas
que me levam a pensar. Grata

Bjo


Enviado por Tópico
Maryjun
Publicado: 21/03/2018 16:11  Atualizado: 21/03/2018 16:11
Membro de honra
Usuário desde: 30/01/2014
Localidade: São Paulo
Mensagens: 7124
 Re: Vago pelo cemitério
Boa tarde,meu querido poeta.Juanito!

Belíssima construção poética...SENTIDA!
Um sentimento tão comum para nós mortais.

Um abraço,
Mary Jun