Poemas : 

inverno 18

 
semente no oceano primordial, véu e viagem
ao fundo do encanto, túmido manto, carinho
estremeço, trémulo, entre névoa sob o ninho
procuro emergir da perda, em cada imagem,
viragem e resolução, determinação assente...
noite de orvalho, manhã de bruma, encontro
incandescente o sonho palpitando premente
era noite... noite longa demais... desapareci...
entre meandros de mágoa e arrependimento
a procura de equilíbrio cavalgando o infinito
suspiros intensos, momentos densos, choro e
mergulho nas lágrimas,,, só, enfrento o vento
quando levanta a alma enlaçada num grito...
túnel profundo, da terra fria ao ardor da luz,
casulo pulsante, embebido de amor, dorido,,,
sobrevindo luminoso no encanto que reluz,,,
ao raiar da estrela beijando a vida comovida
em plena respiração, a cor aspirando o calor
e o ardor decorrente, é corrente que atinge,,,
de sangue me tinge, aflige a efígie puro amor
da vaga levantada, renovada força me cinge,
é magnético o rumo de aprumo e revelação,,,
vogando na onda colossal que cresce luzente
coscurante prazer, de navegar a imensidão,,,
sono e silêncio,
voo nocturno, ecoa, regeneração, crescente,,,
embalo com força, nutrindo, impelindo, voo,
vivifico e convido a alvorada no íntimo ser...
a fonte brotando, irrigando a flor água entoo
flutuando perdido, sem sentido, a dissolver,,,
reaprender o destino, desde o ponto original
de fumo ao vapor, pressão e calor, força vital
fulgindo no ímpeto, recolhendo íntimo amor
no fundo da alma, fundeando âncora abissal
na terra mergulhada nos céus, luz e tremor...
dependência extrema emocional e afectiva...
centro certo de núcleo de vida, sonho e calor
de rios e de mar, balouçando a perspectiva...
ursa, cassiopeia e orionte, meu curso estelar,
sobre o horizonte do infinito, fulgindo ardor,
quebrar lunar, de lágrimas celestes, abraçar,
de ventos, ondas, precipícios, abismo carnal,
quando damos tudo de nós e livres voamos...
sentindo e apurando, sinais vitais, amamos...
lutando com fervor e esperança, faro e ideal,
momento que me dilúi, de frio e sonolência,,,
para renascer na água luminosidade natural
delicadamente sobre a pedra, primal ciência
de vento e sal, pelo amanhecer, de mão dada
na estrada de árvores ao fim da praia solar...
coração em lágrimas, sempre mais profundo
no oceano da geneologia, meu sono guarda,,,
baleia cruzando o cosmos, guardiã do tempo
pulsando quente entre o frio do vazio estelar
tempestade, a procura do equilíbrio fecundo
fechado em mim, sem saber como sair, amar
sem fim e sem receio, a sorrir, contratempo,,,
viagem limite, maravilha e surpresa celeste,,,
amor em cadência, flutuando suave, sensível
ao cruzar as horas e as esferas, indefectível,,,
sulcando vagas, ventos e vãos, humilde veste
de espumas e areias envolvendo, melancolia
docemente fluindo... absorver e incorporar...
nos campos da ilusão,,, paradigmas da folia,,,
a invenção, o sono, a rebeldia, cintilante luar
os dois entrelaçados, em viagem pelo espaço,
sol e lua, abraçando a terra, a origem e o fim,
cintilante de desejo... o beijo, arpejo e traço...




 
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xibchel.
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Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 20/04/2018 10:59  Atualizado: 20/04/2018 10:59
 Re: inverno 18
🌛 noite longa demais... desapareci...
entre meandros de mágoa e arrependimento
a procura de equilíbrio cavalgando o infinito
suspiros intensos, momentos densos, choro e
mergulho nas lágrimas,,
um abraço xibchel