Poemas : 

Já nem o sei

 
Ao meu tímido aproximar não te rendeste
Outro não sei, nem quero
Te oferecer,...
Hoje, já nem o sei, nem sei de mim,...
Já nada te ofereço apenas velo,
Velo por ti, por ele e por mim
Gostava de ainda hoje
o ser tão terno.
Mas nada na timidez tenho de belo,
Até o simples sorriso roubaste aqui
Da flor que já finou o ar singelo.

Da fruta e do amor já vindimados, só nos restou
a erva do acônito para algum elo.
Da nossa afeição pergunto se algo sobrou
desta testilha sem ser veneno?




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Enviado por Tópico
Rogério Beça
Publicado: 01/07/2020 06:33  Atualizado: 04/07/2020 10:34
Usuário desde: 06/11/2007
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 Re: Já nem o sei
Pegando essencialmente na última estrofe, há entre o sujeito poético e a quem ele se refere uma história cheia.
Quem sabe de relações de longa duração deve lembra-se que há muita amar-gura que estraga o amar. Os erros cometidos, os perdões não concedidos,...
A rotina, o desencanto também.

A escolha das relações entre casais, como forma de sobrevivência duma espécie, foi algo que intuitivamente soubemos observar.
O casal com filhos permite a sobrevivência dos filhos em ambientes carenciados, ou não-ricos. Penso.
daí a importância destes versos ao definir essa dinâmica:
"...Da fruta e do amor já vindimados, só nos restou
a erva do acônito para algum elo...".

Os afectos são aquilo que inicialmente nos reúne, e depois?
Refletes.
Daí a importância da vindima e da uva como metáfora, porque o vinagre é o azedo, o Vino Acre, estragado (em oposição ao tinto ou ao porto) que teimosamente usamos.
Temperamos saladas.

Abraço irmã

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 01/07/2020 09:05  Atualizado: 01/07/2020 09:05
 Re: Já nem o sei
Muito bom! Gostei!