Há olhos luminosos nas ventanas do mundo Abrem como rosas candidas neste imenso jardim No chão de pedra brindamos seu laço profundo Com os brancos dos olhos postos sobre mim
Diga-me de qual lado disto eu fico sozinho Nesta ponte de duas metades iguais que engana Onde esta o medo que me cerca e é meu espinho Ou o sorriso eminente da vida que me profana
Dentro deste absurdo mundano eu me encontro Nesta ausência integral de humanidade Eu me desintegro e reintegro ponto a ponto Neste cenário e nesta rua suja da cidade
Certo de encontrar uma razão para viver Traço em teus olhos o meu apoio Mas o que era oceano é só um arroio Quando decai a mascara do meu eu em você
E hoje estou assim como um oco caixão Onde só me resta o corpo e não o espirito Nada mais importa, nem o nunca foi escrito Mas em algum momento houve um calafrio ou um grito É como se você nunca tivesse tocado minha mão
Eu aspiro a solidão nesta noite escura Que dura a eternidade de um amor O sofisma deste sentimento é a minha ruina Deus! De que adianta ter a alma pura Se não a tenho comigo e isto só aumenta minha dor
Eu já não sou aquilo que um dia eu fui Os momentos que passam me desnudaram no tempo Como um furioso entre rios que deflui E com as insensatas multicores do firmamento