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A cidade, o poeta e a imaginação

 
Da pena do poeta brota toda a dor do mundo
Um alvoroço e o abismo aplaude a triste ópera
A noite assesta o revólver a qualquer cidadão
As estrelas ocultam o pasmo coro do universo
Nos subúrbios da minha caneta há resistência
Não me apresentarei a nenhuma face da morte
As vozes dos fantasmas, no cobre vivo diluídas
As respostas da noite são silêncios impalpáveis
O homem dorme, o gato leso caminha os muros
Esta, cujo nome esqueci, é minha linda cidade
Que percorro com os olhos em caídas lágrimas
Anjos de fogo rugem invulneráveis das nuvens
Relâmpagos, trovões cerram os dias do outono
E com um bom trago da bebida de emergência
Eu faço iluminar a noite com um luar prateado




"Somos apenas duas almas perdidas/Nadando n'um aquário ano após ano/Correndo sobre o mesmo velho chão/E o que nós encontramos? Só os mesmos velhos medos" (Gilmour/Waters)


 
Autor
Sergius Dizioli
 
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Enviado por Tópico
Legan
Publicado: 01/06/2021 14:22  Atualizado: 01/06/2021 14:22
Colaborador
Usuário desde: 26/01/2010
Localidade: Algures em Trás-os-Montes
Mensagens: 788
 Re: A cidade, o poeta e a imaginação
O poeta pode na noite fria de outono escrever a mais bela e quente primavera. E, tornar a mais profunda solidão no mais belo amor platónico...
Esse é o poder do poeta...

Abraço