Poemas : 

Na obliquidade da noite

 





O silêncio poisa
confuso
no sobressalto
das aves. Ouço-lhe os gemidos
escuros e frios
entranhados na chuva
e no vento.

Demora-se
na obliquidade da noite
como se tivesse medo
de se render
por detrás da incerteza das palavras.

Desafia os espaços vazios
que os meus olhos projetam
nas paredes da sala

ou as sombras
que o meu corpo vai deixando
na melancolia do tempo.

Dentro de mim
o silêncio. Não sei se na íntima palidez do horizonte
ou no choro dormente
de um significado primordial
a deslizar-me por entre os dedos.








 
Autor
maria.ana
Autor
 
Texto
Data
Leituras
755
Favoritos
0
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
4 pontos
2
1
0
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 31/05/2022 21:14  Atualizado: 31/05/2022 21:14
 Re: Na obliquidade da noite
Linda poesia onde o silêncio de traduz dentro de um ser ativado por sua alma de onde vem algo em uma direção que os sentidos da vida se inclinam ao viver