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INUTILIDADES

 
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INUTILIDADES

Escorre pelas minhas mãos o líquido
dos teus olhares vagarosos,
as dores do tempo das tuas regras,
o vazio das palavras que escreves em blocos de notas
à espera que alguém as leia.

Escorrem dos meus lábios beijos que não conheces,
sorrisos que não identificas,
gritos de silêncio que nunca ouvirás
ainda que te afadigues na escuta.

À noite, a liquidez coada das almas
transformam os encontros em inutilidades
e por cada gota de saliva que sorves da minha boca
dá-se a osmose da testosterona no teu corpo tenso
até que a humidade dos corpos unidos
alastra
a fecundar a conteúdo e a forma do teu ser por inteiro.

Em 18.Mar.2023


Escrever é uma forma de estar vivo!
Paulo César

 
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PauloCésar
 
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