Poemas : 

Eu disse não

 
Parta comigo, a vida não espera, disse ela a olhar-me
Não, não deixes para amanhã, eis que pode ser tarde
Talvez amanhã a última esperança possa estar morta
Pedi-lhe perdão por haver amado, por haver sonhado
Pela fantasia de querer sua boca úmida e flamejante
Só não pude dizer-lhe que deixasse sua vida por mim

Desde então, fantasmas sem rosto vêm me perseguir
Infinda ausência estremece a alma alienada da noite
Choro neste quarto triste onde as horas se alongam
Quando as asas feridas do pássaro se partiram no ar
Quis caminhar para renascer, quis cavalgar no vento
Fugir ao inevitável anunciado na infinitude da agonia

Quero restaurar minha fé nestes meus pensamentos
Avançar contra a tormenta, expor tudo face a face
Labirintos que o meu coração se perdeu, sem pulsar
E se a chuva cair sobre mim, que de tudo me redima
Das minhas lascivas fantasias de desejo e de pecado
Lembrando seus seios perfumados, na noite de amor

Aos olhos, bailam fragmentos de histórias insepultas
Que escorrem no pó da estrada e não se pode voltar



"Somos apenas duas almas perdidas/Nadando n'um aquário ano após ano/Correndo sobre o mesmo velho chão/E o que nós encontramos? Só os mesmos velhos medos" (Gilmour/Waters)


 
Autor
Sergius Dizioli
 
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