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Caixões Falantes

 
Caixões Falantes



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Línguas cadavéricas sussurram em idiomas perdidos, o hebraico
Antigo, o siríaco, o babilônio e farsi só se ouvem nas medidas
Mortuárias estranhas, confusas, a cada passo mortuário
Línguas escondidas movem-se nos caixões falantes...



Vórtices azulados, negros, purpúreos sussurram em linguagens
Metafísicas, acaso vais aos países dos mortos em que toda
A vida não é mais que um sono distante e pesado?
Acaso procuras um sentido metafísico ou inteligível?



Nos pensamentos executados por caixões ébrios, teu espírito
Conclama aos Altos Céus que nunca o deixem falar, e que toda
Voz seja apenas mudo secretismo de antigos mistérios...



Sobre o céu estrelado, ouve-se litanias murmurosas...
Estações desprendidas de sacrilégios removem
A vida, a morte, a fecundidade para o abismo deletério,
E o cetro de Hades decreta toda a Vida finda amargamente.



Linguagens de caixões serão ouvidas nos absconsos
Poços aquáticos, e cada murmúrio é uma nova fecundação
Que leva a um novo corpo a decompor-se nas imagens
Vermelha, negra, marrom de verões e outonos olvidados!

 
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lud
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