Novo mundo
Novo mundo
Agora sabemos o que ocorre no mundo
Amanhã, talvez, não saberemos de nada
Pois, podemos chegar no fim da jornada
E dormiremos aquele sono tão profundo
Poucos ou milhões de anos vão se passar
Sem sequer saber que um dia existimos
Somente prever o nada nós conseguimos
Como uma pedra que o vento está a rolar
Mas um dia, talvez, nós vamos despertar
E nesse dia este planeta vai se encerrar
Ninguém mais poderá habitar este mundo
Talvez iremos em outro lugar do universo
E aí esse novo mundo não será perverso
E todos os bens virão de um jeito fecundo.
jmd/Maringá, 25.05.23
NÃO ME SURPREENDO MAIS
NÃO ME SURPREENDO MAIS
Não me horrorizo
Com um manto sagrado
Num altar de cupins
Não me excita
O nado sincronizado
As plumas de carnaval
O banheiro climatizado
O Santo Graal
Não me congratulo
Com o bem gratuito
Ou o mal preciso
Que absolve o
O culpado,
O contradito...
Não me desmancho
Com o deslumbre dos sais de banho
Que tanta suavidade dão à água...
Não. Nem me surpreendo mais
Com todo mundo trapaceando
Em seus joguinhos de cartas...
É solitária esta hora!
É SOLITARIA ESTA HORA
Da tristeza hoje me despi
Mas é falsa esta alegria
E falso o sorriso com que me vesti.
Não mudou a solidão que me desafia.
Há um silêncio profundo
Nem o esvoaçar dum insecto
Mais uma noite e o Mundo?!
Continua na mesma, inquieto.
Para mim é solitária esta hora!
Mas a esperança ainda vai tecendo
Um pouco de vida que insiste em ir embora
Sem tempo de acalmar a confusão
De estar vivendo.
Então:
A Vida é barco apodrecido
A cada dia sinto mais o seu açoite
E o tempo passa por mim despercebido
E assim me rouba mais uma noite.
Perco-me nos pensamentos em confusão
Velha esta tristeza, da minha idade!?
Em meus olhos insiste a recordação
Mas a Vida me rouba o sonho e a liberdade.
Ponho meus olhos nas janelas
Janelas sem luz do olhar meu
Na esperança de ao debruçar-me nelas
Deus me diga que não me esqueceu.
rosafogo
É SÓ MAIS UMA GUERRITA
Caros amigos poetas e poetisas, estou de volta, depois de uma ausencia de quinze dias por questões técnicas, ca 3stou de novo, não se livram de mim!!!
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Não compreendo
O porquê de se andar preocupado
Por ter sido posto no mercado
Mais uma guerrita,
Até parece que não estamos habituados!...
Que fariam os Chefes de Estado
Se não passassem o tempo a pensar
Em mais uma invasão?
Já viram o que era a solidão
Fechados nos seus gabinetes
A fazerem palavras cruzadas?
Sim!... Porque pensar na maneira
De acabar numa cimeira
A discutir da fome, da sede, da miséria,
Para eles é uma pasmeira,
Um verdadeiro aborrecimento!
Bom... sempre dá direito a uma jantarada
Entre amigos da mesma brigada.
Preferem voltar à idade "antes da média".
Com invasões dos Mouros
Dos Celtas, Romanos, ou Visigodos,
Também do Charles Magne
Ou do Hanibal dos elefantes.
Até parece um espectáculo de circo,
Sim, porque passar com estes animais
Por veredas dos Alpes, era mesmo de artista,
Mas hoje, ainda andamos nessa pista
A assistir ao espectáculo triste,
Das espingardas em riste,
Carros de assalto e canhões,
Ataques de aviões
Espalhando a morte
De Este a Oeste,
Do Sul ao Norte.
Parabéns, Chefes de Estado
Pelo vosso trabalho abnegado
E desinteressado...
A. da fonseca
Avó
Gloriosas as vagas
Inundando o areal
E tu, meu mundo
Além do bem e do mal
Reconstruindo destroços
De mãos cheias de magia
Erguendo minhas asas
Soltando alegria
Um mito uma moda
Uma canção de melaço
Rodando, rodando
Querendo um abraço
E as vagas chegando
De amor incandescente
Explodindo na praia
E um pingo de gente
Agarrado à minha saia…
És alegria pura
E eu avó catraia…
A Folha em Branco
A Folha em Branco
Um dia igual a tantos outros:
um amargo de boca que me queima
os lábios e esvazia o peito.
A fala é simplicidade no labirinto:
amar a quem não ama, sem esperança,
expropriado de tudo.
Sou a porta, entreaberta.
Como posso existir na penumbra dos meus sonhos?
Sou velho, de face enrugada.
Tu resplandeces!
Aura flamejante!
O mundo cai a teus pés,
como eu caí aos teus.
Neno
Pão de mel
Ah, como queria escrever a mais linda poesia.
Que soasse como uma (sonata) melodia.
Ah, como queria poder falar de alegria compor
em rimas e versos que chegou o dia,
o dia da liberdade como um pássaro voaria...
Ah, correria entre os campos cabelos ao vento
entre as flores e os prados virçosos como uma linda moça de um convento.
Ah, como queria correr para os teus braços como antes,
e na relva verde deitados de mãos dadas olhar o horizonte.
Ah, queria ser como criança feliz, quando olha para as nuvens e pensa em algodão doce, que lindo é o céu.
E agradecer a Deus por permitir o saborear da vida, assim, como pão de mel.
Mary Jun
19/05/2020
a viagem
Certa vez estava cansado de viver aqui onde tudo e rude
Entao caminhando encontrei uma porta caida
Abri a porta e vi um lugar com virtudes
Rios mares oceanos ceu vasto de cores nuvens com diversas formas e florestas cheias de vida
Onde as cigarras faziam serenatas onde o sol e a lua dançavam
mares as vezes calmos refletiam o ceu no espelho dagua onde as gaivotas em pleno voo se admiravam
O vento assobiava notas musicais como um choro de flauta
Uma arreia fina e branca acariciava a sola dos pes que caminhava descalça
Havia uma cachoeira que era a fonte de conhecimento e sabedoria
Tomei um banho absorvendo tudo que podia
E sai de um lugar nocivo
quando me dei conta que viaja quando lia
Ai percebi que tinha aberto nao uma porta e sim uma capa e que o mundo que via era dentro das paginas de um livro
"Nua" -
"Nua " -
Sem notar insisti, numa viagem sem volta.
Dessa janela, julgava ser meu o mundo.
E nas frases curtas a saudade pressentida.
Sensação esfumaçada, nesse desejo profundo.
Tudo estava ali... Posto nas entre linhas
Destoando a melodia daquele sorriso.
Mostrando-me que a estrada da vida.
Oferece atalhos que vão dar no paraíso
Refiz o caminho de volta, me encontrei.
No inviável, hoje vejo só possibilidade.
O que me movia hoje me mostra o rumo.
Nova visão de tudo leva minha ansiedade.
Agora tudo me toca, me expõe, sensibiliza.
Então ausente, nua, sem rumo, sem memória.
Aos meus lamentos, dou contorno, reescrevo.
Uma nova partida, uma nova história!
Glória Salles
À Vida (Desabafo)
À VIDA (DESABAFO)
Sou tão normal, porque me acho louca?
Estou presa nesta masmorra fechada.
Cheguei ao fim não ousem tirar-me da boca
Palavras negras duma vida marcada.
Se pensam que foi fácil, a tirana?!
Como? Se não ouvem os meus gritos?
Talvez a morte me ganhe, pois já abana
Este meu chão trazendo sinais malditos.
Quero fugir para sempre, não sei p'ra onde
Tão forte é p'ra suportar a dor que sinto!?
Quão frágil mulher a quem ninguém responde.
Não quero enlouquecer de forma inglória
Masdrasta foi a vida, amarga, puro absinto.
Mil versos, cansarei, até gastar a memória.
rosafogo