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Como quando cai a primeira chuva depois da seca

 
Tags:  esperança    emoções    rio    respiração    dilúvica  
 
Levantei-me como quem se levanta como quando se ouve e sente o som de uns passos inconfundíveis, e ficasse ali parada, imóvel, incrédula, quase estática, no movimento dos lábios, na expressão facial, e esbocei um sorriso vestido de incredulidade, como se a minha respiração fosse parar.

Segurei as emoções, aconcheguei o sopro forte da ventania no peito e cada sentimento era como se trouxesse à tona o cheiro dos lugares, os sabores e as sensações de outrora.
Talvez, sinta o vestido da noite cobrir-me a pele de luz, ou a Lua me agasalhe os ombros com a a candura do seu olhar, na maciez do seu toque aconchegante.

Talvez ainda encontre nos olhares de quem passa um resquício de bondade, como quando os olhos se vestem de generosidade e esperança quando cai a primeira chuva depois da seca, talvez ainda haja som nos passos do coração e a melodia seja revigorante e confortadora.

E se eu ainda sentir a água de uma chuva dilúvica molhar-me o rosto, isso será como uma bem aventurança e se o som dos passos inconfundíveis da esperança permanecer no caminho isso será um milagre.

Rasgo as sensações inebriantes por dentro como se me abrisse e expusesse ao som místico do desconhecido e viajo por caminhos nunca outrora percorridos, como se ao andar, a alma se desabotoasse e deixasse correr ali o rio das emoções contidas.

Depois inspiro em novidade de vida, sinto o rosto do dia saudar-me como se o único propósito fosse desatar os nós à vida e me sentisse voluntariamente capaz como se despertasse e voltasse ao lugar de sempre.

(Alice Vaz de Barros)


Alice Vaz De Barros

 
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AliceVazDeBarros
 
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Enviado por Tópico
Alpha
Publicado: 14/09/2023 19:49  Atualizado: 14/09/2023 19:49
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 Re: Como quando cai a primeira chuva depois da seca
Coração que assim expõe suas belezas
A alma se deixa no seu todo desabotoar
Em todas as palavras deixam as certezas
De quanto um ser é capaz do seu amar!

Neste jardim de palavras de veludo é como viajar nas margens do tempo que nos leva às mais belas paisagens que os olhos alguma vez tiveram a oportunidade de ver/ler!