Quanto mais eu quero,
mais desapego.
Quanto mais escuto meu ego,
mais me desmantelo.
Quanto mais me ergo,
mais caio em pranto.
Toda vez que me levanto,
me encontro em pedaços,
em algum canto.
Entrei no altar
onde te conheci…
e foi tão triste
não te ver ali.
Foda, né?
Lembro da nossa despedida
versos ruindo,
e batidas perdidas.
Eu, sozinho, chorando
por cada palavra não dita.
Te olhava no espelho
e só via tua beleza.
Nos via juntos
e só enxergava minha fraqueza:
o medo.
O erro.
A porra da insegurança.
E tu indo embora
como alguém que não podia ficar.
E eu ali, parado,
tentando entender
como se esquece alguém
que foi morada.
Você foi minha oração mais clamada!
e minha fé mais bonita.
E ainda assim…
só restou ferida.
Agora finjo que não sinto.
Sorrio com a boca,
mas grito por dentro.
Quanto mais tento,
mais percebo:
não é falta de amor.
É que eu me perdi
no meu próprio espelho,
e não soube te refletir.