Atravessei uma nova barreira,
e na vida, às vezes,
entramos sob o chão de madeira,
escorregando entre a entrada e a saída.
São questões infinitas
em que sempre paramos — pensamos —
sobre alternativas indeferidas.
E nem sempre é sobre quem amamos,
nem sobre o quê ou quem pensamos,
mas sobre o coração que vive na matilha,
o coração que se blinda e vira escotilha
dentro do pensamento que forjamos,
e que se torna a própria armadilha.
Sozinho, preso àquela ilha
do sentimento que naufragou
nas esperanças que, por fim, se esgotou.
Eu sempre te lapidei como um diamante,
mas, no meio de tudo, reconheço:
estava mais pra lá do que pra cá — distante —
de um “eu” que hoje desconheço.
Perdoa-me por esse meu reincídio,
por te forçar a criar teu próprio início,
pois foi no meu precipício
que te dei a chance de um novo reinício.