Poemas : 

O Amor

 
Olha como o amor é traiçoeiro
Ele te faz pensar que as flores têm cheiro
Nos traz loucuras sem fim
M s o s
ai u meno
assim

Mas eu gosto dele
Eu fico criando expectativas
Eu não pareço mais uma morta-viva
A s S im


É o ferrão quem perturba a abelha.

Tentativa de fazer um poeminha cinético.
 
Autor
Luxena
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Enviado por Tópico
Alemtagus
Publicado: 03/04/2025 16:52  Atualizado: 03/04/2025 16:52
Membro de honra
Usuário desde: 24/12/2006
Localidade: Montemor-o-Novo
Mensagens: 3881
 Re: O Amor p/ Luxena
Resultou, tem movimento a ousadia de trocar letras por ideias para decifrar os mistérios da mente.
É inevitável a paragem na primeira leitura, na segunda e talvez em todas quando de repente as coisas ficam...

M s o s
ai u meno
assim


... de um avesso estranhamente belo.

Caso para escrever que A s S im, S im


Enviado por Tópico
Rogério Beça
Publicado: 06/04/2025 09:52  Atualizado: 06/04/2025 09:58
Usuário desde: 06/11/2007
Localidade:
Mensagens: 2276
 Re: O Amor
A tentativa (de fazer um poeminha cinético) ficou um pouco gorada.

Há contudo movimento, no quarto e quinto versos da primeira estrofe; há a criação de um anagrama sem lógica que propõe ao leitor um exercício de adivinhação, que não é muito difícil de descodificar.
afinal:

"...M s o s
ai u meno..."
é
"...Mais
ou menos..."

basta "mexer" nos dois versos e tentar, entre as letras neles existentes, palavras que façam sentido. Eu achei sentido nestas.

Na segunda estrofe acontece o mesmo de uma forma mais simplificada. Perdeu-se o anagrama.
Contudo, acho que o último verso ganharia essa forma desejada se a primeira letra fosse escrita em minúscula, ou seja,

"...a s S im..."

dando à palavra que compõe todo o verso um aspecto de pico a meio, com o S maiúsculo. Com o A maiúsculo perde-se o efeito.

Podemos dividir o poema ao meio, em duas estrofes. A divisão é mais estrutural do que temática, ou tentando definir oposições. Elas complementam-se.

O lado naif do poema, não deixa de ter originalidade, e graça.
O sujeito poético inicia o poema com uma acusação. E grave. Afinal, em muitos países a traição é condenada com a pena de morte.
E gosto muito da ideia do amor nos incutir sensação.
As cores ficam mais coloridas, os sabores mais saborosos, as canções fazem sentido, e os cheiros têm mais cheiro.
Boa rima.
E será um engano do amor?
Ou será engano a ausência desse deslumbre sem ele?
A "...loucura...", depois, é demonstrada pelo anagrama supracitado. Realmente, mais confusa na primeira estrofe.

A segunda estrofe é uma declaração de amor ao "Amor".
Por aquilo que é evidente nele.
A euforia que nos traz à vida.
Acho que as "...expectativas..." do oitavo verso poderia ter sido escrita no singular, apenas por rigor de rima, e por não incorrer em erro ortográfico ou gramatical.

Um poemeto bem interessante.
Define O Amor com simplicidade e engenho.

Tenho lido o que a Luxena tem escrito com alguma atenção e parece-me que tem pontos de vista bem interessantes e esmera-se no que nos apresenta em muitos aspectos.

Aguardo-a noutros registos.
E mais poemas.

Abraço