Poemas : 

os olhos do meu esquecimento

 
Tags:  loucura    existência    fuga    crepúsculo    desmemória  
 
cai uma chuva de sílabas brancas
silencia o outono,
asfixiam as pétalas das rosas
o vento veste-se de folhas negras
é a loucura do instante
já não ressurge o sol brilhante

já as palavras não me bastam
levo uma longa desmemória
neste mundo de luas e marés
que avisam os meus sentidos
e contam minha história

meu corpo é de barro
sua existência despenha-se
enegrecida
apanhou-me desprevenida,
e aos poucos
leva-me a vida

diária é a condenação
a chuva vai ceifando o sol
do crepúsculo ao arrebol,
foram-se os bandos de pássaros azuis
do meu coração, levaram-me a alma
a ansiedade ficou, e não acalma

precipitadas nuvens caem em choro
sobre as árvores, que alargam os braços,
- lentos são meus passos!
os pensamentos atravessam muros
o meu horizonte é feito de fuga
e de vitória a saudade, é
asa, que me oferece um pouco
da perdida memória.

solitários ficam os olhos
do meu esquecimento
contemplo o céu, agradeço
mais um dia,
o outono já silencia

natala nuno


Na plenitude da felicidade, cada dia é uma vida inteira.
Johann Wolfgang Von Goethe



 
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rosafogo
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Enviado por Tópico
Luxena
Publicado: 19/06/2025 20:24  Atualizado: 19/06/2025 20:24
Muito Participativo
Usuário desde: 07/03/2025
Localidade: Brasília
Mensagens: 64
 Re: os olhos do meu esquecimento
É horrível se sentir assim! Momentos ruins parecem que nunca acabam.

Um abraço!

Enviado por Tópico
MÁRIO52
Publicado: 19/06/2025 22:20  Atualizado: 19/06/2025 22:20
Colaborador
Usuário desde: 24/02/2025
Localidade: PORTO-PORTUGAL
Mensagens: 550
 Re: os olhos do meu esquecimento
Boa noite, amiga Natália.

Palavras belas. Apesar de duras, intensas, de profundo sentimento de solidão, e de desesperança.

A vida tem estas vicissitudes todas. No entanto, não vale a pena fixarmos o nosso pensamento na escuridão e na melancolia.

Aproveitemos o que ainda nos a vida nos oferece de bom.
Ao contrário do que pensamos, há coisas belas para desfrutarmos.

Beijinhos e tudo de bom, estimada amiga.

Mário Margaride