Poemas : 

Para Deixarem Pensar os Nossos Beças (102ª Poesia de um Canalha)

 
Saber ser por mais nada ter
Que o dia se escorre n'olhar
No verso qu'escreve e sente
É tal verbo que ensina a ser
Que te deixa viver a pensar
Ou de ti se devora demente

Faz de liberdades revolução
Saudades de breves ilusões
E de passos mais caminhos
É tal vida tosca a perfeição
Criada em malsãs emoções
Que das rosas faz espinhos

Faz-te saber e dele um livro
Corpo desigual desta espiral
Chão sem céu que o estrele
Essa mentira de que te livro
Um bem que lhes soa a mal
Diz-lhes qu'esta é a tua pele


A Poesia é o Bálsamo Harmonioso da Alma

 
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Alemtagus
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Enviado por Tópico
A.Maria
Publicado: 07/04/2025 21:46  Atualizado: 07/04/2025 21:46
Da casa!
Usuário desde: 24/02/2025
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 Re: Para Deixarem Pensar os Nossos Beças (102ª Poesia de ...
.

"E de passos mais caminhos"

O cuidado e a organização é admirável, um poema de ler bem devagarinho para sentir toda possibilidade, sempre nos apresenta algo perfeito.
E vamos caminhar só assim alcançamos mais caminhos.

Abraços,


Enviado por Tópico
Rogério Beça
Publicado: 08/04/2025 09:34  Atualizado: 22/04/2025 10:11
Usuário desde: 06/11/2007
Localidade:
Mensagens: 2273
 Re: Para Deixarem Pensar os Nossos Beças (102ª Poesia de ...
Verbalizar


Reduziu-se todo o verbo a nada
e assim ficou, desidratado, seco,
com o vírus de silêncio infecto.
Era sem plano, sonhos ou projeto,
entrado num, sem-saída, beco;
não podia ser chamado d'estrada.

A vida era vã e automatizada;
sem verbo, o Homem era um boneco
sempre são, aprumado, tão correto.
Uma casa sem paredes, nem teto,
portas fechadas, que hipoteco.
Só uma saída, cerrada a entrada.

Como estátua, muito queda, parada,
convida sem vida apenas ao eco.
Não começa, ou inicia: é um inseto.
Homem que não pensa é ser abjeto,
mais perto do chão que do céu, marreco,
ar de vazio, reles camarada.