Hoje regressei ao espelho das palavras
sonhadas
talvez porque abriu a primeira açucena branca
como se de asas se tratasse.
Surpreendem-me os fragmentos do olhar
que sobrevivem na memória das mãos.
Num tempo sem declives
atribuí-me um nome que alimentas de incertezas
e silêncio. Não me reconheço
quando o vejo.
Nunca me dizias dos símbolos
em que prolongavas as sombras ou atravessavas
os ventos do desassossego da alma.
Doem-me estas paredes cobertas de um tempo
a engolir a inocência dos rostos. Um a um
percorridos pelo nome que transpões
na geografia do esquecimento.