Poemas : 

Folha da tarde

 


A tarde encosta-se à janela
na quieta hesitação dos ponteiros.

O sol espalha palavras
que não ouso decifrar
como se a luz tivesse segredos
guardados nos ramos.

A rua canta
com passos de água
e os nomes deslizam nas vozes
como folhas à deriva.

O silêncio aperta-me as mãos
com a ternura de quem conhece
cada ausência escondida.

Olho o verde
que se eleva.
Tento lembrar-me
do que sou
[ reflexo de quem se vê.]

Talvez o tempo me escreva
devagar
sobre esta página em branco
voz do silêncio
à minha espera.




 
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idália
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