a vida é tela que pinto
singela, como eu a sinto
gosto que o vento me afague o cabelo
e me venha falar de saudade
que a lua mais tarde
me invada o olhar
ouça meus ais e até meu chorar
fico indiferente ao mundo
lá fora
deixem-me amar-me,
na silenciosa hora
talvez surja o sonho,
e me leve no voo, sem destino
sem paredes azedas de tristeza
diante de mim
e seja livre por fim.
acabei a tela
adormeço em vertigens d'amor
e no silêncio chega a noite
ecoa a saudade, e com ela a dor.
procuro nas linhas breves da mão
o sorriso que deixei entre os salgueiros
e as turbulências que me afloram ao coração
e travo os passos aos esquecimentos
que correm ligeiros.
natalia nuno
Na plenitude da felicidade, cada dia é uma vida inteira.
Johann Wolfgang Von Goethe