Hoje acordei,
Com uma estranha vibração,
Na minha pele.
Como se o nascer do sol,
Me trouce-se nos seus raios
O eco da tua voz,
Ou uma mensagem tua.
Mas nada,
Apenas o opaco,
Deste sol frio.
Sim,
Hoje sinto que está frio,
Mas é um frio muito diferente,
É daqueles de arrepiar a alma.
Meu amor,
Bastaria uma palavra tua,
Uma singela letra,
Para aquecer o meu dia,
Para derreter este sol,
Que me gela a pele.
Meu amor,
Sento-me aqui,
Mais uma vez,
De olhar perdido para lá,
Desta gente anónima,
Que vem de todos os lados,
Em passos apresados,
Mas estranhamente,
Em totalmente em silêncio,
Um silêncio …
Que me arrepia,
Que me destrói interiormente.
Espero pela tua voz,
Que parece ter-se perdido,
No silencio destes passos,
Na distância do silencio das palavras,
Que não dizes,
Que não escreves,
Nem a mais simples linha.
Esta tristeza,
Que me transborda do amago,
Vai acabar por alagar tudo em meu redor,
E eu nem sequer o vou evitar,
Vou-me deixar afogar,
Neste mar de tristeza,
Na espera de uma simples palavra tua,
Que me faça flutuar,
Numa nuvem de esperança.
Tudo o que nos separa,
Muito mais nos aproximaria,
São palavras perdidas,
São palavras benditas,
Palavras nunca ditas,
Palavras perdidas,
No vento,
Quem sabe,
Talvez para sempre.
Talvez nem na eternidade as encontre,
Talvez nem já eu as queira encontrar.
Estou de partida,
Mas em breve estarei de chegada.
Adeus, meu amor,
Mais uma vez,
Até um dia.
Diogo Cosmo∞
Aeroporto
06:41 26-08-2001
DIOGO Cosmo ♾