Poemas : 

Arquitetura líquida

 

Nada repousa.

As formas dissolvem-se no tempo

escorrem



[ escorrem ]



pelas frestas da incerteza.



O chão flutua.

Flutua



[ flutua ]



perde-se



ilhas de matéria desfeita

arquitetura líquida

fluida

fundida

onde os mapas se desenham

e apagam.



Corpos são sombras em suspensão.

Reflexo incerto.

Sombras




[ sombras ]




vacilantes.




E o verbo

outrora raiz

ondula

breve

dilui-se

desfaz-se.



No silêncio

onde tudo se transforma

somos ecos

ecos à deriva

vestígios de um lar sem margens.







 
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idália
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Enviado por Tópico
Aline Lima
Publicado: 20/06/2025 01:23  Atualizado: 20/06/2025 01:23
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 Re: Arquitetura líquida p/ Idália
Olá, Idália.
Adorei essa sensação líquida do poema. Tudo se desfaz e, ao mesmo tempo, abre espaço para algo novo, fluido e incerto. Dá vontade de mergulhar nesse silêncio que se move.
Obrigada.
Beijinhos.