Poemas : 

Entre gavetas e partidas

 



Ainda ouço o ranger da cadeira
onde alguém
já não se senta.

A luz da janela
inclinada
repete os contornos do tempo
como se quisesse desenhá-lo de novo
sobre esta ausência
que não se apaga.

Há vozes
no fundo das gavetas
camisas com o cheiro da partida
e cartas
que já perderam o nome
de quem chamavam.

O chão guarda os passos
e a saudade cresce nas paredes.
Hera
que ninguém podou.

Não sei se dói mais o que foi
ou o que ainda insiste em ser.



 
Autor
idália
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