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Poema para Velhos (135ª Poesia de um Canalha)

 
Não te cheguei a ver o mar
No velho olhar que lá deixo
E lá ia sossegando o passo
Não te deixava saber amar
Vento a voar com desleixo
Que nos junta num abraço

Não te cheguei a ver mar
Que ondulas a bel-prazer
E danças de mão em mão
Vida sem o tempo passar
Entre mim e ti a florescer
Um só amor sem estação

Não te cheguei ao mar
Porque sonhei ser meu
Esse caminho a seguir
Por um coração roubar
Não sei se meu se teu
Me viste de amor fugir

Não te cheguei mar
A ser de pouco nada
Vento ido esquecido
Qu'ainda quis voltar
Com vil voz salgada
A este chão perdido


A Poesia é o Bálsamo Harmonioso da Alma

 
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Alemtagus
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Enviado por Tópico
Beatrix
Publicado: 21/08/2025 07:11  Atualizado: 21/08/2025 07:18
Colaborador
Usuário desde: 23/05/2024
Localidade:
Mensagens: 781
 Re: Poema para Velhos (135ª Poesia de um Canalha) / Alemtagus
.

Olá, Alemtagus.

Um Poema para Velhos que se inicia grande e maior, para se tornar mais pequeno, perdendo palavras e letras ao longo do tempo.

Se lá ia sossegando o passo
De uma vida sem o tempo passar
Esse caminho a seguir
A ser pouco de nada



Ab
Beatrix


Enviado por Tópico
AlexandreCosta
Publicado: 21/08/2025 16:06  Atualizado: 21/08/2025 16:06
Administrador
Usuário desde: 06/05/2024
Localidade: Braga
Mensagens: 1285
 Re: Poema para Velhos (135ª Poesia de um Canalha)
Adorei o pormenor de encolhimento, como que a reduzir o mar
Apesar de tudo nota-se que ainda ondeia... :)

um abraço




Enviado por Tópico
idália
Publicado: 22/08/2025 16:17  Atualizado: 22/08/2025 16:17
Membro de honra
Usuário desde: 08/06/2023
Localidade:
Mensagens: 743
 Re: Poema para Velhos (135ª Poesia de um Canalha)
.

É como se o mar fosse um espelho. “Não te cheguei ao mar” repete-se como um refrão de distância, de impossibilidade. Mostra o que poderia ser, mas não se deixa agarrar. E nessa tensão entre o que se sente e o que se perde, nasce esta melancólica beleza.

Obrigada