An(dor)Inha!
Uma andorinha em meu quintal
Voa tão só como ninguém.
Triste é seu voo e revela a quem
Que é o único voo que essa andorinha tem.
Chove, como se a chuva fosse culpada
Pela dor dessa ave sofrida.
Mas seu rastro no céu esculpia
Sombras da sua vida vazia.
No silêncio de suas sombras,
Que cruzavam a terra no final do dia,
Desenhavam cacos de vidro
Como nenhuma outra sombra faria.
Não julgue, se não vive: está dor
Ela não pode mais olhar para trás.
Devaneio? Perdição? Seja o que for...
Vive com seu voo triste e fugaz!
Alexandre