Aqueles perdidos em um longínquo campo
Correndo como loucos ao vento
Não trazem nenhuma ideia verdadeira
Que possa mudar a configuração do mundo.
Os dias são preenchidos por incompreensão
E não são documentados como deveriam
Apenas observadores olham à distância
Como se nada disso fosse algo relevante.
Inúmeros adolescentes distantes um do outro
Carregam a marca sombria de uma geração
A triste sina de se encontrarem perdidos
Em um mundo dominado por outra inteligência.
Parece que todas as escolas do caminho
São apenas mais um grande obstáculo
No caminho de quem não tem tempo suficiente
Para ler os livros que trazem conhecimento.
Todos aqueles que trazem palavras erradas
Que disseminam inverdades construídas
São os que ganham grande destaque na mídia
E conquistam os corações da maioria.
Todos aqueles com dogmas pré-fabricados
Escancaram suas vozes inquietantes
Arrebatando as mentes insatisfeitas
Que preenchem os espaços da sociedade.
Olhos eternamente fechados para o mundo
Têm aqueles que carregam o peso da responsabilidade
Os que deveriam promover uma educação saudável
São os próprios que escancaram a idiotice.
Com uma linguagem percorrendo os labirintos
Espalham as mentiras fabricadas em laboratórios
Que paulatinamente vai corroendo profundamente
A alma e o coração de quem deveria ter paz.
E assim, nesse triste vazio existencial,
O garoto descobre, de forma categórica,
Que para se viver no deserto das ilusões do mundo
Terá que se tornar o seu senhor absoluto.
E construímos os monstros do futuro
Os que moldarão os destinos de milhões
Os que terão os olhos fechados para o mundo
Porque não se importam com mais nada.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense