No peito arde a fome de ser gente.
Mas tudo que se busca é ilusão;
Honra sedenta cega a razão,
E o espelho revela o indigente.
Julga-se forte, mas indiferente,
É pálida a tez da escuridão.
Mesmo que sempre busque redenção,
Abraça o algoz que rege a mente.
Vive assim o homem em perigo,
Rejeita o real, busca fantasia,
E encontra na mentira abrigo.
Mas a verdade gera agonia:
Quem foge assim sempre há castigo
De encontrar apenas uma via.
Souza Cruz