Sonetos : 

Soneto número quatro

 
Grita o meu peito com a falta de abrigo
Que uma noite tão fria e escura oferece,
Minha casa antes feita em você , padece
Junto de todo amor que estava comigo.

Levas minha alma doce e guarda consigo
Nas tristes horas que a loucura entontece.
As juras tão castas rezadas em prece
Tornaram-se o meu mais terrível castigo…

Peço que ainda tenhas a nobre fineza
E devolve-me o amor que um dia lhe dei
Metade dele já somente bastava…

Vejo no infinito com clara certeza:
Não desperdicei os dias em que te amei,
Pois era a tua alma que a minha encontrava…

 
Autor
pauloroberto
 
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Enviado por Tópico
rosafogo
Publicado: 21/07/2025 05:52  Atualizado: 21/07/2025 05:52
Usuário desde: 28/07/2009
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Mensagens: 11182
 Re: Soneto número quatro
Um soneto sentimental e belo, expressa muito sentimento. O amor nem sempre é fácil, mas ler sobre ele é sonhar.

Bom dia Poeta

Enviado por Tópico
Alemtagus
Publicado: 21/07/2025 09:01  Atualizado: 21/07/2025 09:01
Membro de honra
Usuário desde: 24/12/2006
Localidade: Montemor-o-Novo
Mensagens: 3946
 Re: Soneto número quatro p/ pauloroberto
A beleza do soneto é que nunca será perfeito.
A rima, bem encadeada, dá-lhe sonoridade, faz-se música.
A estrutura, sem dúvida, é de um soneto.
Porém noto aqui um leve desvio no enredo que me leva a perguntar a quantos sujeitos se dirige o poema. Se a dois, o autor e o seu destinatário, ou a três, a esses dois e a alguém mais. A dúvida prende-se com o uso do Eu, o que escreve, do Tu e... do Você, que, mesmo na grafia gramatical brasileira, não me parece bater muito certo, mais por ser, em dois dos versos, notória:

Levas minha alma doce e guarda consigo

E devolve-me o amor que um dia lhe dei