De manhã, quando o Sol ardente bate no chão,
há pássaros errantes pelos Céus, voos rasantes
que nos lembram que a liberdade é falsa, é em vão
e que as dores da prisão são constantes!
De manhã quando o Sol bate no chão
bate-nos a saudade daqueles que perdemos
o dia vira noite, a alegria solidão
e a vida neste mundo já não queremos.
Batem horas solitárias na torre da igreja
o Sol ardente escalda-nos os sentidos
e o chão envaidece como quem o beija.
E eu, sentado nesta praça, vejo despidos
de silêncio e de saudade quem esteja,
quem viva ou passe frente aos meus sentidos.
Ricardo Maria Louro