Tudo começa antes do tempo
antes do toque
antes do nome.
Tudo continua depois do fim
depois do adeus
depois do eco.
O corpo
[este planeta que habito]
orbita entre o visível e o ausente.
Tu és estrela
és sombra
és o que vejo quando fecho os olhos.
Temporariamente
saboreamos o mundo:
o quente
o frio
o doce
o amargo.
Mas tudo é quase.
Quase bom
quase mau
quase nosso.
Para cada coisa que abraço
outra escapa pelos dedos.
Para cada instante contigo
há um silêncio que me espera.
Matéria e ausência
presença e saudade
o claro e o escuro
dançam no mesmo compasso.
E eu pergunto ao universo
o que é que ele vai levar
em troca de te deixar ficar.