
A vida de hoje
Eu empunhei uma loucura serena,
uma automática apontada pra minha cabeça;
a bala na agulha, na nuvem espessa,
trazia ao meu reflexo uma atitude obscena.
Meus olhos no espelho eram desertos,
eu não esperava esta contradição;
por não estar onde é certo, desperto,
eu apenas procurava um pouco de emoção.
Salta-me aos dentes um sorriso disforme,
quando palavras nadam num mar imaginário;
a dor acende neste caminho de calvário,
pois é do teu amor esta terrível fome.
A vida em nosso tempo é coisa estranha;
aprendi a viver de forma ficcional.
Abraço a emoção e expulso o racional:
será que a vida foi sempre um perde e ganha?
Alexandre Montalvan
O amor é um alimento ou é uma ferida?
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.