sufoco o grito na garganta
a vida a meio parou
a sombra em mim já se agiganta
só essa sombra agora sou!
trago o corpo na prisão
e a alma em liberdade
perdido meu coração
só o sonho e a saudade
tomam conta da minha mão
escrevi canteiros de flores
poesias que não floriram
o coração preso em amores
que por mim nada sentiram
pássaro que não pôde voar
estando longe está por perto
três letras para falar
saudade, amor e deserto
por fim um pouco de alegria
ao nascer de cada dia
na noite a saudade se arrasta
chorando ao ouvido devagarinho
a lembrar-me que o caminho
ainda me traz sol ao rosto!
depois que o sol é posto
o coração pede atenção
sonhando coleciono asas multicor
para aprender o voo
da abelha sobre a flor.
natalia nuno
Na plenitude da felicidade, cada dia é uma vida inteira.
Johann Wolfgang Von Goethe
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